terça-feira, 16 de novembro de 2010

sobre monografias, heroes e não ter vida


Então. Eu e Jéssica nos engajamos em um trabalho de conclusão de curso cuja hipótese não tem validação de ninguém mais respeitado que nós mesmas, e estamos tentando provar de alguma forma que aquilo que nós acreditamos é sim verdade.

Basicamente, queremos mostrar que existem características internas das narrativas - no nosso caso, as narrativas seriadas televisivas norte-americanas - que facilitam a abertura do mundo ficcional em multiplataformas. Ou seja, queremos entender o que diabos facilita a realização da transmedia storytelling.

Porque, né?, nem tudo que o povo chama de transmídia por aí é realmente transmídia. Às vezes não passa de um produto licenciado querendo passar por ampliação do mundo ficcional. Ou então um pedacinho que poderia fazer parte do próprio seriado, e só porque foi desgarrado e colocado na internet fica se achando produto transmidiático.

Não nerd o suficiente, nosso grande case é Heroes. E nosso não-case é Grey's Anatomy. Não apenas porque o público geek do primeiro tem competência para transitar em diferentes plataformas midiáticas, mas também porque a narrativa heróica e baseada em quadrinhos de Heroes é rica de gaps e quebras e personagens e tudo mais, tornando as graphic novels, por exemplo, orgânicas. É um mundo, uma marca, não apenas um seriado com uma estratégia de marketing.

O sofrimento que minha monografia me causa neste segundo (eu, escrevendo o post, enquanto Jéssica tenta provar que as multicamadas explicadas por Scolari facilitam a prática transmidiática, ambas sentadinhas na cama sem querer olhar para o relógio), me faz pensar que:

1o Eu realmente queria ser Hiro Nakamura e ter a capacidade de me deslocar no tempo e no espaço. Assim, eu poderia voltar para junho e dizer a mim mesma que eu estava proibida de procrastinar pelos próximos seis meses.

2o Eu deveria ter acreditado no sofrimento dos que se formaram antes de mim. E aviso desde já para os que vão se formar depois: aproveitem o tempo de vocês. Mesmo.

3o Eu provavelmente deveria ter sido menos ambiciosa no meu projeto. Estudar algo mais simples, mais bem explorado, com mais referências bibliográficas. Enquanto caminho para a minha 80a página, fico imaginando se não deveria ter desistido de ter uma hipótese a uns 3 meses atrás.

No fundo este post é apenas para avisar que não existo mais em novembro. E que eu realmente queria dar continuidade aos posts sobre Salvador, mas que está bem difícil. 5a e 6a-feira tenho uma leve pausa, vou tentar escrever sobre ser rico na Marina ou sobre como comprar móveis vintage nesta cidade.

Yatta!

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