sábado, 18 de setembro de 2010

world car free day


Então, dia 22, quarta-feira, é o Dia Mundial Sem Carros.

Tive que pesquisar sobre o assunto por questões de trabalho, e acabei me achando a pessoa mais egoísta do mundo. O objetivo do dia 22 é, imediatamente, fazer com que as pessoas sintam o gostinho (e o cheirinho) do que seria a cidade se houvesse menos carros em circulação e, a longo prazo, fomentar comunidades em que casa, trabalho e serviços úteis estejam mais próximos, facilitando a locomoção de formas alternativas, como transportes públicos, bicicletas e, claro, a pé. Com isto, almeja-se:

1. Menos engarrafamentos.

2. Ar mais limpo.

3. Menos poluição sonora.

4. Menos acidentes envolvendo veículos, como batidas e atropelamentos.

5. Ruas mais seguras, já que mais movimentadas.

6. Mais saúde, pelo ar mais limpo e pelo exercício diário.

7. Que as pessoas cobrem mais das prefeituras a construção de ciclovias e a melhoria dos transportes públicos.

8. Uma cidade com mais qualidade de vida.

9. Um mundo melhor. Ó.

É claro que é ridículo pensar que as pessoas vão adotar a ideia do Dia Mundial Sem Carros em Salvador, pelo menos por agora. E, por um lado, eu até entendo. O clima, o transporte público, a segurança... Os argumentos são válidos. Por outro lado, sinceramente?, acho egoísmo não aderir ao dia. É só um dia, gente. Um diazinho. E ao perceber que não é o fim do mundo, pode modificar pequenas atitudes, como respeitar mais os ciclistas e os pedestres, ir andando quando a distância for curtinha e estiver de dia, pegar mais carona... Pode usar a criatividade.

Eu, por exemplo, já coloquei na minha cabeça que, pelo menos uma vez por semana, venho trabalhar sem carro.

E para os pessimistas: Bogotá (sim, Bogotá) é o grande exemplo mundial de sucesso da iniciativa. Mais do que qualquer cidade da Europa, onde o projeto começou há uns 10 anos.

Alguém quer me dar uma bicicleta de presente?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

macanudo


Macanudo é, fácil, uma das melhores coisas que Jucú me apresentou. Para quem não conhece, vale a pena passar a tarde (oi? trabalhar pra que, né?) passando as tirinhas no Macanudo del día. Tem também Twitter, pra quem não quiser perder as próximas: @macanudodeldia.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

i don't marshmallow you


Hoje parei para assistir 500 Days of Summer de novo. Da primeira vez em que assisti, fiquei presa às referências que, para mim, ainda faziam algum sentido na época. Uma delas foi Alain de Botton. Tom aparece lendo Architecture of Happiness, e inclusive dá uma cópia do livro para Summer. Nunca li o livro, mas faz todo sentido Tom sendo arquiteto e tudo mais. A ligação direta (e for dummies) que eu não fiz foi exatamente com o livro que eu tinha lido de Botton, Essays in Love.

A forma como a história é contada, sem linearidade. Uma história sobre amor, não de amor. Os detalhes, minúsculos e tão representativos, de um relacionamento. O término triste, doloroso, meio desesperado. A linguagem ao mesmo tempo fofa e meio cult. Tudo.

Que fique claro que eu tenho consciência da auto-ajuda meets filosofia barata de Alain de Botton. Não me defendo da acusação. Mas Essays in Love realmente ajudou em uma época em que eu precisava. Recomendo para quem estiver passando por um término difícil. Chorei horrores, claro. O livro às vezes parecia que tinha sido escrito sobre minha vida. E os detalhes com os quais eu não me identificava eu projetava para o futuro. Um horror. Exatamente por isso, porém, o livro funcionou como uma terapia, ao mostrar que, bem, eu sobreviveria. E é exatamente isto que 500 Days of Summer faz.

A verdade é que todo mundo já passou pelo fim do mundo alguma vez na vida. Longe de mim querer escrever um post auto-ajuda. Eu odeio auto-ajuda. Mas alguns relacionamentos são padrões: um mau exemplo, um proibido e um inesquecível (o assustador é quando os três relacionamentos são uma pessoa só). A não ser que você seja um ser raro no novo século, você vai passar pelos três. É um padrão bobo, eu sei, mas faz sentido na minha cabeça, então me deixem. Mas eu tenho 21 anos, então não aceitem muitos conselhos amorosos meus.

Só escrevi o post para indicar o combo 500 Days of Summer, que a maioria já deve ter visto, e Essays in Love. Juro que é bom. Muito bom. Já conheci algumas várias pessoas confiáveis e não leitoras de auto-ajuda que disseram que o livro tinha ajudado em seus términos.

E, sendo breguinha, a verdade é que, a não ser que seja depressivo e suicidade, você realmente sobrevive. E bem mais magra :)

bad luck


Tenho certeza de que este foram as duas semanas mais azaradas da minha vida. Mesmo meu pai, ateu, cético e cínico, ficou com pena de mim hoje e mandou eu vir dirigindo devagarinho para casa porque alguma coisa de muito errada podia acontecer.

O meu semestre já teria motivos suficientes para ser tenso. Estou fazendo minha monografia, vou me formar no final do ano e estou aterrorizada com a possibilidade de passar de estudante para desempregada. Era de se esperar que minha vida amorosa estivesse perfeita, não é mesmo? Não é isto que dizem por aí? Que a gente meio que escolhe? Ou somos profissionalmente bem sucedidos ou temos um relacionamento perfeito? Pois então. Poderiam até dizer que eu escolhi o amor, se meu namorado não fosse viajar para Paris em menos de uma semana. Para estudar. Por seis meses.

Mas não, não é isto que me caracteriza como uma pessoa azarada. Isto é só a vida passando por um momento complicado, normal, acontece, vou sobreviver. O problema é a série de infortúnios que têm acontecido comigo nas últimas semanas. Primeiro, uma alergia irritante nos olhos que me deixou assustadoramente parecida com o que meu namorado definiu de maneira fofa como um panda - o que ele não sabe é que as pessoas devem estar achando que eu apanho, e dele. Depois, caí da escada (delegacia da mulher já!). Não caí, me estaboquei da escada. Não quebrei nada, mas fiquei tão roxa, tão dolorida, tão machucada que estou com vergonha, até hoje, de sair com as pernas de fora e mesmo duas semanas depois não consigo pisar com o calcanhar esquerdo no chão. Cair da escada não é o suficiente? Quer mais? Que tal rotavírus? Eu não vou descrever o principal sintoma do rotavírus - nojento e vergonhoso - mas sintam-se à vontade para procurar no Google. Na quarta-feira fui parar desidratada, com a pressão 8 por 5 e o corpo todo dolorido na emergência do hospital, onde tomei 2l de soro. Depois disso, fiquei sem sair de casa, a maior parte do tempo deitada, com fome, sem conseguir comer, tentando achar um lado bom naquilo tudo (meu lado bom é que pelo menos eu posso emagrecer um pouquinho). E hoje acordei melhorzinha. Não melhor o suficiente para comer a barra de chocolate milka que Monique me deu, nem melhor para dar estrelinhas por aí, mas pelo menos melhor para trabalhar de casa e até mesmo dar uma saidinha até a Caco de Telha para pagar a minha formatura. Um dia bom, né? Tudo vai mudar, certo?

Nada. Na volta para casa, debaixo de chuva, a menos de 40km/h, meu carro derrapa. Juro que não foi incompetência. Estava indo devagar, o carro da frente parou, apertei o freio em tempo e o carro simplesmente continuou indo, na mesma velocidade. As rodas travaram, perdi o controle do volante e fui de vez no fundo de um Ecosport. Resultado: além do esporro de meu pai, tive que resolver todas as pendengas do seguro e vou passar a semana que vem inteira sem carro, em uma Salvador chuvosa, com a perna machucada e resquícios de rotavírus.

O irônico é que na semana passada, quando um monte de coisa ruim começou a acontecer, a tia de meu namorado preparou um banho de ervas para "limpar, energizar" e tudo mais. Não acredito muito nestas coisas, mas topei. Entrei no clima, fechei os olhos e pedi a tudo que era santo, anjo, espírito, força da natureza que eu conheço para abrir meus caminhos, me proteger, me trazer luz, calma, w/e. Saí do banho renovada, com a aura leve. Cinco minutos depois comecei a me coçar. Primeiro pouquinho, depois muito. Placas vermelhas se espalharam pelo meu corpo. Tive alergia ao banho de ervas. Irônia fina.

Quem quer que esteja segurando o bonequinho loiro e dentuço e espetando agulhas, já pedi penico. Antes mesmo do rotavírus. Pode parar, ok?