quarta-feira, 10 de novembro de 2010

salvador II

Minha relação com Salvador sempre foi meio de mãe: falo mal horrores, mas não deixo que ninguém mais fale.

Falo mal, porque reconheço o quanto a cidade precisa avançar. Salvador tem mentalidade de cidade pequena, mas problemas de cidade grande. E, para mim, ser naturalmente bonita não é quesito de análise. Eu moro aqui, não faço turismo ecológico.

Mentira, ser bonita ajuda sim. Não canso da vista daquela descida da Contorno.

Nos últimos tempos, porém, tenho percebido que apesar de viver aqui há 21 anos, não conheço efetivamente a minha cidade. Ninguém conhece. Salvador é extremamente multifacetada. O que é bom, porque evidencia a diversidade cultural que a formou. Mas que também é ruim, porque escancara a desigualdade social que a acomete.

No último final de semana, me dediquei a conhecer mais a minha própria cidade. Tentei fugir do óbvio (e descobri que nem sempre isso é algo bom), tentei ver na cidade a beleza do dia a dia, achar novos pontos favoritos, buscar novos ângulos. Fiz programas de turista e de nativo. Revivi experiências antigas, vivi novas. Andei, comi, comprei, sambei, atravessei, suei (e como suei) e depois andei um pouco mais.

E vou dedicar esta semana a falar sobre os diferentes lugares a que fui. Vai que vocês passam a também gostar um pouquinho mais da cidade.