segunda-feira, 28 de junho de 2010

Milano


Lembro bem quando cheguei em Milão. A estrada estava assustadora. O horizonte era tão branco que literalmente se fundia com o céu, dando a sensação de uma grande parede que começava logo no acostamento. Chuva e muito frio. Muito, muito frio.

E na Europa, quando faz frio, as pessoas colocam um grande casaco preto, uma calça insignificante e, no máximo, se é jovem descolado (odeio esta palavra, mas tá) ou rico, um cachecol Burberry ou um lencinho colorido. Nos pés, tênis ou sapatos escuros. Todos ficam igualmente disformes e insignificantes.

Mas não em Milão. Não sei o que há em Milão, não sei se foi porque eu cheguei lá na Semana de Moda e todo mundo estava empenhado em se vestir bem, não sei se é porque fiquei deslumbrada por me bater com Giorgio Armani em um restaurante, mas é o tipo de cidade em que você se sente baixa, gorda e mal vestida. Principalmente em uma viagem em que tudo o que você tem são duas opções de roupas amassadas.

Em Milão, os cortes das roupas do garçom de um pequeno café são melhores que os dos grandes executivos metrossexuais brasileiros. As mulheres, se não belas, são extramamente elegantes. Certo dia, fiquei olhando como eram perfeitos os manequins de uma loja, quando eles se mexeram. Sério, é desse nível.

E The Sartorialist não me deixa mentir.

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